sábado, 15 de outubro de 2011

JON FINKEL!!!!!!


Jon Finkel. O que falar do maior jogador de Magic de todos os tempos? Se o nome não soa familiar, por favor, leia essa entrevista. Você irá descobrir que o nosso meio pode produzir grandes celebridades em outras áreas. Finkel foi o primeiro grande jogador de Magic. Ele dominou sua era e só teve seu posto de melhor jogador da história contestado quando Kai Budde atingiu resultados fantásticos. Eu acho que os resultados são determinantes na discussão “Quem é melhor que quem?”, mas nesse caso eu vou abrir uma exceção. Primeiro porque o Finkel era o grande jogador quando eu comecei e logo virou meu ídolo no jogo. Segundo porque eu já vi os dois jogando e o Kai Budde é um ótimo jogador, o melhor entre os mortais, mas o Finkel é gênio.

Jon Finkel nasceu em 18 de maio de 1978 na cidade de Brockport nos Estados Unidos. Filho de Mark e Claire, sua genialidade já aparecia nos primeiros anos da sua vida. Motivado por um pai que amava historias como o Senhor dos Anéis e inventava programas de computador para desenvolver as habilidades matemáticas do jovem Finkel, seu futuro começava a ser traçado.

Seu currículo conta com doze top8 em Pro Tours e nove top8 em Grand Prixs. Ele tem mais de 400 pro points em toda sua carreira e um total de 332.000 U$ em prêmios. São números impressionantes para qualquer época, porem ele não se limitou apenas ao Magic. Finkel usou toda sua capacidade intelectual para se destacar em outros campos que se mostraram muito mais rentáveis. Se você já assistiu ao filme “Quebrando a banca” e se sentiu impressionado ou tentado a fazer algo igual, essa pessoa já realizou tal feito. FInkel costumava a contar cartas nos cassinos americanos e, junto com seu time, conseguiu alcançar uma boa condição financeira através dessa atividade. Claro que toda essa aventura precisava ser passada adiante e em 2005 foi lançado à biografia “Jonny Magic and the Card Shark Kids” escrita por David Kushner. Você já imaginou ter sua vida em um livro? Ele não precisa imaginar, ele tem.

Depois dessa introdução imparcial, eu imagino que você esteja ansioso para começar a ler a entrevista e tentar entender o que fez um garoto tímido de Brockport virar uma das maiores sensações da nossa comunidade.

Jaba- Como foi que você começou no Magic?

Jon Finkel – Eu comecei em 1994. A última coleção lançada era Antiquities. Eu vivia na Inglaterra nessa época. Eu descobri uma loja chamada “Fun & Games” e resolvi entrar para ver se achava algum RPG que me interessava. Quando eu entrei, me deparei com um grupo jogando Magic. Foi a primeira vez que eu tive contato com o jogo. Eu perguntei se eles poderiam me ensinar e acabei sendo fisgado pelo Magic logo em seguida. O dono da loja, Paul, me ensinou o que eu precisava. No verão de 1995, nos voltamos para New Jersey, nos Estados Unidos. Em Fevereiro, eu joguei meu primeiro Pro Tour em Manhattan. Eu fiz top8, mas acabei perdendo nas quartas de final. Por mais de 8 anos, eu estive presente em todos os Pro Tours. Um fato engraçado é que eu moro a três quarteirões do prédio onde joguei esse primeiro Pro Tour.

Jaba – Qual foi o torneio mais importante da sua vida?

Jon Finkel - Com certeza foi o Pro Tour Chicago em 1997. Eu já tinha feito quatro top16s em Pro Tours e Chicago era meu primeiro top8. Eu já tinha feito dois top8 como Junior (Naquela época, o Pro tour era separado entre Junior e Senior. Os menores de idade jogavam o Pro Tour como Junior e não podiam ganhar dinheiro. Eles ganhavam uma bolsa escolar) e aquele era meu primeiro top8 como Senior. Eu tinha sido reprovado na escola e estava trabalhando como entregador de pizza. Eu morava com meu pai e me lembro como se fosse hoje da conversa que tivemos sobre eu jogar e ganhar dinheiro com isso. Ele tentou mudar minha cabeça, mas hoje em dia você pode ver que ele estava completamente errado. Chicago me provou que eu poderia fazer isso e foi um alivio e tanto. Outra coisa que deixa esse torneio mais especial é o fato de que foi a única vez que o Brian Kibler jogou com um baralho que eu tenha inventado.

Jaba – Você pode nos contar como começou sua amizade com o Chris Pikula e os irmãos O’Mahoney –Schwartz? Alguma historia engraçada que você pode nos contar sobre esse pessoal?

Jon Finkel – Eu os conheci em épocas diferentes. Quando eu comecei a frequentar a Neutral Ground (Loja mais famosa de Nova Iorque), Steve O’Mahoney era o cara. Ele estava em primeiro lugar no ranking mundial e se manteve por um bom tempo nesse posto. O engraçado foi que naquele ano, alguém cometeu um erro no sistema e ele perdeu 200 pontos do nada e também sua vaga para o Mundial de 96. Ele tentou argumentar, mas a Wizards o ignorou. Depois do mundial, consertaram tudo, mas já era tarde demais. Infelizmente o Steve não consegue rir desse acontecido até hoje. Bem, não demorou muito e eu fiquei muito amigo do Steve e do seu irmão Dan. Eu não tenho ideia do numero de vezes que eu dormi na casa dos dois.

Eu conheci o Chris Pikula e os Deadguys (Tony Tsai e Dave Price) durante os pro tours. Eles já tinham me visto em alguns eventos em Nova Iorque. Em 1998, eu joguei o Nacional de Forbiddian e consegui ficar entre os quatro primeiros. A questão é que esse baralho não era bom, mas o Nacional em si também não era levado muito a serio. Depois disso, eu fui visitar o Chris para testarmos para o Mundial. O teste virou uma guerra de Forbiddian vs Forbiddian. Eu jogava muito bem o mirror e ele começou a ficar louco com isso. Ele usou seus direitos como “Presidente” (uma história que fica para mais tarde) e me forçou a ficar jogando esse match up. No final eu tinha 33 vitorias contra 11 dele. Eu joguei o mundial de Monored no Standard e Recurring Nightmare no bloco. No final, tanto eu quanto o Chris fizemos top8. O treino realmente valeu a pena.

Jaba – Eu lembro que você ganhou o GP Rio98. Quais são suas memorias sobre esse torneio e sobre a viagem?

Jon Finkel – Eu lembro que o formato era extented e eu joguei de RW Scroll Rack/Land Tax/Empyral Armor. Meu taxi foi para o lugar errado no segundo dia. Acabei chegando atrasado e perdi a primeira rodada. Felizmente consegui ganhar todas as outras rodadas. Eu me lembro de quão interessado era o publico naquele evento. Havia centenas de espectadores, uma amostra do que viria a ser o Grand Prix. Também me lembro de que dois jogadores americanos medianos fizeram Top8 naquele evento. Isso mostrava quão melhor os americanos eram naquela época. Hoje em dia vocês tem o Paulo Vitor, mas o mundo era muito diferente naquele tempo.

Jaba – Você acha que existe a falta de um grande jogador como você ou Budde hoje em dia ou o jogo ficou mais dificil? Claro que temos grandes nomes, mas eles não têm o mesmo sucesso que vocês alcançaram. Outra coisa: Quem foi melhor, Finkel ou Budde?

Jon Finkel – Eu não vou entrar no assunto de quem foi melhor exceto pelo fato de que na minha cabeça, os resultados são o melhor meio de determinar isso e o Kai esta na minha frente nesse quesito. Sobre a falta de grandes nomes, existem vários aspectos para serem avaliados. Nós temos um Pro Tour a menos, mas para equilibrar temos mais Grand Prixs. O jogo provavelmente esta mais difícil, porem a maioria das coisas que o fizeram ficar desse jeito teriam ajudado os top players antigos. Eu joguei com alguns baralhos ruins no passado e não tinha total conhecimento das regras como teria atualmente. Outra coisa é a infraestrutura dos times atualmente. Se eu tivesse acesso à infraestrutura do Team Mythic, por exemplo, teria tido resultados muito melhores no construído. Para fechar, ainda temos jogadores antigos fazendo grandes resultados hoje em dia. Eu estou falando especificamente do Chapin e do Kibler. Para traçar um paralelo, imagine se o Pelé tivesse tido acesso a tecnologia que os esportistas de hoje tem? É difícil fazer comparações. Apesar de não ser bom como eu era, acredito que o nível não mudou muito. Eu ainda vejo muita gente jogando mal.

Jaba – Como foi o processo de criar o Shadowmage Infiltrator? Se a Wizards deixasse você mudar alguma coisa para lança-la de novo, quais seriam as mudanças?

Jon Finkel – Eu fiquei feliz com a carta, mas triste pelo fato do Shadowmage ser lançado na mesma coleção que o Psychatog. Em um universo sem o Psychatog, ela teria jogado muito mais. Se eu pudesse muda-la? Ela pode ser igual o Dark Confidant? As criaturas são muito mais fortes atualmente e não seria dificil ve-la custando UB ou 1UB por um 2/4.

Jaba – O que você acha do formato Modern?

Jon Finkel - Eu acho que o Modern sempre será ruim. Existem muitas cartas que restringem suas possibilidades de jogo. Um exemplo é o Wild Nacatl. Se você está jogando de Aggro, você vai usar quatro dessas porque ela é muito melhor que qualquer outra criatura custo um. Somente isso já impacta todos os baralhos agressivos porque assim que você coloca quatro copias dessa carta, praticamente dois terços do baralho já esta decidido. A mistura de Fetch Lands e Dual Lands também acabam atrapalhando todo o formato. Você pode jogar com praticamente qualquer coisa. Eu realmente acho que o formato precisa de Wasteland e Force of Will, mas eu não vejo a Wizards imprimindo elas de novo. O Modern traz todas as cartas problemas de volta e isso deixa as novas coleções sem muito impacto para mudar o ambiente. Teoricamente o formato pode ser consertado, mas eu não acredito nisso.

Jaba – O que você achou sobre o Planeswalker Points? Eu vi que você não gostou muito.

Jon Finkel – É uma ideia muito ruim. A Wizards vai vender a legitimidade do Pro Tour para fazer mais dinheiro. Basicamente esse novo ranking recompensa a pessoa que abre mais boosters, não aquela que é a melhor. Como um membro do Hall of Fame, isso é muito bom para mim – Pro Tours menores e mais fracos. Um Top player pode ter azar em um Pro Tour e de repente não tem mais vaga para o próximo. Ele ira avaliar a sua situação e pode chegar a conclusão de que sua inteligência pode ser melhor usada em outro ramo ao invés de ficar jogando vários torneios para voltar ao tour. E eu não vou comentar sobre suas chances se você não é rico ou não mora nos EUA. Nove GPs americanos nos três primeiros meses de 2012 – mais do que o resto do mundo junto.

Jaba – Existe alguma chance de ver você jogando todos os Pro Tours e Gps de novo?

Jon Finkel – Imagino que não. Os GPs definitivamente não. Eu continuarei indo aos Pro Tours, se eles forem do meu agrado. Eu vou ao mundial com certeza porque minha irmã vive em São Francisco. Eu acho que irei ao Havai também.

Jaba – Qual foi a importância do Magic na sua vida?

Jon Finkel – Magic foi uma das coisas mais importantes que já me aconteceu. Ajudou-me a mudar o modo como eu pensava e me fez ganhar confiança durante minha juventude. Eu conheci meus melhores amigos no jogo. Foi realmente o começo de tudo. Algumas vezes eu penso na sorte que tive em conhecer o Magic.

Jaba – Qual a importância de ser um membro do Hall of Fame? Valeu a pena todos os anos de dedicação? Quão bonito e pesado é o anel?

Jon Finkel - É maravilhoso fazer parte do Hall of Fame. Quantas pessoas tem a chance de fazer parte de algum Hall of Fame? E aos 27 anos! Eu estou muito feliz de ver o Steve nesse grupo também. Eu espero que o Pikula e o William Jensen possam se juntar a nós no futuro. Jensen passou perto esse ano e se não fosse pelo pôquer, ele estaria dentro com certeza. Fora o Kai, William Jensen foi a pessoa mais impressionante com quem eu tive contato nos meus últimos anos de Pro Tour.

Jaba – Eu li o seu livro e gostaria de saber o que você pensa sobre ele? Como você ajudou o escritor? Apostas e jogos de azar não são permitidos no Brasil, então não temos muito contato com cassinos. Você contou cartas em Vegas e em outros lugares e eu gostaria de saber como foi? Qual a dificuldade dessa atividade? É perigoso?

Jon Finkel – David Kushner fez varias entrevistas comigo durante o processo de elaboração do livro. É um sentimento estranho ver algo escrito sobre sua vida, mas hoje em dia eu estou acostumado e agora acho maravilhoso. Eu ainda não consigo acreditar nisso. Contar cartas, diferente do que você possa pensar, não é dificil. Qualquer pessoa que já fez segundo dia no Pro Tour pode realizar essa tarefa. Perigoso? Realmente não. Você esta brincando de gato e rato, mas os cassinos são grandes corporações que não querem uma publicidade negativa. Muitas vezes, os seguranças somente pediam para nos retirarmos. Algumas vezes eles estavam mais nervosos do que eu. Depois de tanto tempo passando por isso, eu comecei a tirar sarro deles, pedindo para eles repetirem de novo o que eu tinha que fazer ou entendendo errado o que eles diziam.

Jaba – Qual sua ocupação atualmente?

Jon Finkel – Eu sou sócio e gerencio um Hedge Fund chamado Landscape Capital.

Jaba – No ultimo mês, você esteve em uma polêmica com Alyssa Bereznak (Se você quer saber mais sobre essa historia clique nesse LINK). O que você pode nos contar sobre isso? Como você lidou com todo esse problema? Eu sei que nossa comunidade enfrenta problemas de preconceito todo dia e eu gostaria de saber se esse episódio irá ajudar a mudar tudo isso?

Jon Finkel – Para ser honesto, eu acho que isso não tem muito a ver com preconceito. Eu acho que ela queria mostrar que era “cool”. Muitas pessoas enfrentam preconceitos de verdade e eu nem posso imaginar o que elas passam diariamente por conta disso. Eu acho que todo esse incidente foi muito melhor para mim do que para ela. Ela expos um lado muito ruim do seu caráter e a internet é um lugar brutal e impiedoso.

segunda-feira, 3 de outubro de 2011

O mundo sem glamour do pauper

Esqueça o mundo das raras caras e o glamour. Nesse universo sem símbolos dourados e prateados, quem comanda a mesa são criaturas humildes que podem estar nas últimas folhas do seu fichário, esquecidas atrás de um planeswalker qualquer. Esse formato combina baralhos de combo, agro e controle. Esse formato diferente e divertido é o Pauper.

Eu resolvi escrever esse post depois de ter jogado um campeonato pauper no Magic Online. Eu joguei de monoblack, mas o que mais me impressionou foi a regularidade desse tipo de torneio. Diferente de outros formatos como o Modern, que já está morrendo no nosso querido software, o pauper continua firme e forte. Para você entender o que eu quero dizer, os campeonatos regulares do Magic Online exigem um mínimo de dezesseis jogadores para começar. Muitos torneios não conseguem atingir esse numero, mas o pauper nunca teve esse problema. Esse fenômeno pode ser explicado pelo custo das cartas. Para quem não conhece as regras do formato, um baralho Pauper só pode conter cartas comuns de qualquer edição de Magic já lançada. Isso possibilita aos jogadores montar baralhos competitivos sem gastar muito dinheiro. A limitação do formato pela raridade também diminui o impacto das edições e possibilita que um baralho seja competitivo por muito mais tempo. Claro que nem tudo são flores e devido ao relativo sucesso dentro do Magic Online, algumas comuns acabaram atingindo preços elevados. A Lotus Petal é um exemplo desagradável. Eu queria montar um Teps Pauper e descobri que cada cópia dessa comum custa dez event tickets. Meio desanimador, mas quando você olha para todo o formato, descobre que alguns baralhos podem ser montados por menos de quarenta tickets. Não consigo imaginar qualquer arquétipo T2 que tenha valor semelhante.

Depois dessa breve introdução, vamos ao que interessa. Eu vou falar sobre o ambiente online porque nunca joguei um torneio na vida real. Todos os campeonatos são divertidos, diferente do t2, eu jogo o Pauper bem mais tranquilo, não estou muito preocupado com o resultado final. Eu sempre joguei de monoblack. Como foi dito anteriormente, a única vez que eu tentei mudar o baralho, esbarrei na Lotus Petal. Eu sempre tenho bons resultados com o baralho, sempre que posso mudo uma coisa ou outra no sideboard, mas o maindeck está estático faz um bom tempo. Ao invés de colocar a lista, eu vou colocar o link da pagina da wizards que tem os jogadores e os baralhos que premiaram no ultimo torneio que eu joguei. Você também pode olhar os outros baralhos que estão no formato e identificar se existe algum outro que te agrada mais. Como vocês podem ver, o baralho mais perigoso é o infect. Matar no segundo turno não é algo que qualquer um pode fazer. Além desses baralhos, existem mais quatro arquétipos que são muito populares nesses eventos. O Goblins, teps pauper (desculpa legacy), Affinity e Storm não premiaram ou não tinham representantes nesse torneio. Só sete foram premiados, mas o torneio contava com 18 pessoas se eu não me engano.

Analisando o monoblack, ele tem um bom match up contra Affinity, Goblins e Monoblue. Affinity e Goblins são fáceis porque eles não conseguem superar o card advantage que você impõe. Eles precisam de todo o recurso disponível para ganhar o jogo em poucos turnos e tudo o que você faz atrasa muito esse objetivo. Com exceção do Fume Spitter, todas suas criaturas fazem trocas vantajosas. Além disso, o baralho conta com muitas remoções e com seis mágicas que ganham vida. O Tendrils of Corruption e o Corrupt mudam o jogo ao seu favor. Eles te dão o tempo que você precisa para estabilizar o jogo e usar todos os seus recursos. Contra os Goblins, o único cuidado que você tem que ter é com as criaturas que sacrificam outras. Elas são as mais importantes no jogo porque inutilizam o Tendrils e o Corrupt. Outra coisa importante é segurar o Crypt Rats na mão. Ele é muito importante para ficar na mesa esperando ser alvo de algum Lightning Bolt perdido. O monoblue é fácil porque ele é extremamente lerdo. Diferente do baralho de cloudpost, ele não tem muita mana a disposição, então ele precisa escolher entre jogar ou “counterar”. Normalmente você está pressionando com uma ou duas criaturas que estão na mesa e ele é obrigado a usar os terrenos para resolver esses problemas. É nessa hora que você joga.

Os jogos mais equilibrados são contra o Teps, monowhite, cloudpost e Infect. O monowhite vence quando compra as criaturas com proteção ao preto e consegue protege-las. Caso isso não aconteça, o jogo se torna fácil com o Crypt Rats. O infect gira em torno dos seus editos e Vereditos. As suas criaturas não tem muita importância porque ele sempre tem um “pump” para fazer a troca. Quanto ao Grasp of Darkness, faça sempre no seu turno porque tomar um Vines em resposta é algo doloroso e mortal. O Teps é uma disputa. Ele quer juntar cartas na mão e você não quer deixar. Qualquer carta que ele perder, é mais um turno que ele esta longe de te matar. Qualquer turno que você falhar, é mais uma carta que ele tem para te ganhar. Esse braço de ferro fica assim até a hora que ele decide tentar fechar. Na maioria das vezes, ele vai jogar com a sorte para tentar reunir numero suficiente de magicas que possibilitem deixar o empty the warrens “gordo” o suficiente. A questão é que depois do sideboard, você tem Duress e Icequake a sua disposição. O teps pauper é um baralho de precisão. Qualquer coisa que você tira dele faz falta. O cloudpost é o mais chato dessa série, pois junta muito card advantage e muita mana com uma rapidez impressionante. A sua chance aqui é tentar ser rápido no primeiro game (o que é quase impossível) e depois atacar os cloudposts no segundo jogo. Ele só consegue ganhar o jogo com Rolling Thunders e Fireballs gigantescas. Sem os cloudpost, isso fica dificil.

Agora chegou o pesadelo. O verdadeiro destruidor de sonhos. Só um milagre faz o monoblack ganhar. Chegou a vez do Storm. Para quem não conhece, o Storm é um baralho UBW com aqueles familiares de Planeshift. Aqui nesse link você pode ver a lista dessa peste. Eu posso te falar com todas as palavras. Ganhar aqui é obra do divino. Ele compra muita carta o que inutiliza os Rats. A combinação de falta de pressão do monoblack e lerdeza fazem com que o jogo seja tranquilo para o storm. Ele consegue montar a mão com tranquilidade. Sua única chance é atacar os terrenos. A questão é que no main deck isso é impossível. Depois do sideboard, você tem quatro copias do Icequake, mas mesmo assim não é o suficiente. Eu procuro um jeito de ganhar desse baralho até hoje e nunca fui feliz. Já cheguei a jogar com quatro icequake e quatro Rancid Earth, mas nem assim foi possível. Esse é o jogo da tristeza.

Como vocês podem ver nas listas, nenhum baralho custa muito para ser montado. A maioria das cartas está ao seu alcance, você já abriu varias nos selados que jogou durante o prerelease e não tem porque ficar de fora desses torneios. O nível do torneio também não é nada espetacular, você irá presenciar muitos erros de jogo. O ultimo caso curioso que aconteceu comigo foi em um jogo contra o Infect. Eu fiz um Fume Spitter e sacrifiquei para matar um Glistener Elf. O oponente não teve duvida e jogou um Invigorate para tentar salvar a criatura. Quando eu passei e a criatura morreu, ele me perguntou se era bug.

Se você chegou até esse post e esta se perguntando o porquê dele, eu te respondo. Eu também não sei. Brincadeira. Eu só quero mostrar alternativas de como se divertir ou angariar alguns boosters no Magic Online. Quem sabe eu consigo tocar o coração de algum lojista com isso e ele começa a fazer torneios pauper para a galera ter uma alternativa viável de formato. Pelo visto ninguém gostou muito do modern, então eu estou tentando ajudar. Como diria nosso amigo Cirilo: “Eu só quis dizer.” Caso você não tenha entendido, espera o remake de Carrossel que está sendo feito pelo SBT.

Sobre a entrevista do nosso amigo Finkel, ele teve alguns problemas e esta viajando, mas as perguntas já estão com ele e fui informado que assim que possível tudo será respondido e eu poderei postar para vocês. Pelo visto nenhuma pergunta foi vetada e até a polemica em que ele se envolveu estará na pauta! Muito obrigado e até a próxima.

quinta-feira, 29 de setembro de 2011

FINKEL, T2 NOVO, T2 ANTIGO E DICA PARA SANTIAGO

Bom dia, boa tarde ou boa noite. Esse post já começa com uma grande notícia: Nos próximos dias eu estarei entrevistando a lenda viva do Magic, Mister Jon Finkel! Para quem não reconheceu o nome (Eu acredito que isso seja impossível, mas nunca se sabe), Jon Finkel foi o maior jogador de Magic que eu já vi. Além de ter destruído dentro das quatro linhas do Magic, ele é o maior embaixador do jogo em outras comunidades e tem uma biografia chamada Jonny Magic and the Card Shark Kids. Alguns podem dizer que o Kai Budde foi melhor que ele, que teve mais resultados, mas eu vi os dois jogando e para mim o Finkel é gênio. Se você acha que a boa noticia acbou aqui, está enganado. Ele não vai responder só as minhas perguntas. Ele irá responder as suas. Comente o meu post e coloque o que você quer saber da vida dessa lenda e eu irei selecionar algumas para entrarem na pauta.

Além dessa grande entrevista, meu sábado está reservado para um torneio muito importante que pode me colocar no mundial desse ano. O meu ranking não foi suficiente para me colocar no torneio mais importante do Magic e o último Mocs é uma das minhas últimas chances. O Mocs é um torneio que acontece no Magic Online desde 2009. São vários torneios durante o ano e o vencedor de cada etapa ganha vaga para o Mundial de Magic real e para o Mundial de Magic Online. A diferença é que esse último Mocs é muito menor que os outros. Normalmente temos 400 jogadores ou mais disputando uma vaga e, nesse caso, teremos no máximo 100 se eu não me engano. A chance é muito boa e o formato é o velho e conhecido Standard. Não sei se vou jogar de Pyromancer ou se vou aderir aos últimos baralhos que apareceram no top8 do último Mocs. Se você quiser olhar o resultado desse último Mocs, clique nesse link.

Deixando o antigo formato de lado, todo mundo deve estar quebrando a cabeça para descobrir qual a próxima “boa” para os torneios. Com os dois baralhos de combo saindo do formato (Valakut e Twin), o formato volta a ser Aggro vs Controle. Apesar de eu não ser muito fã de aggro, eu estava olhando as cartas de Innistrad e me pareceu que o monored ganhou algumas adições interessantes. Das possíveis cartas que podem fazer parte do baralho depois da rotação, eu acredito que Nobre Stromkirk e Neonato Sanguimaníaco estarão entre as sessenta que disputarão os torneios. Em ambos os casos, elas se tornam ameaças poderosas depois de alguns turnos na mesa. Isso pode fazer uma grande diferença no Match up contra algum baralho de controle porque você não precisa entupir a mesa de criaturas para pressionar o oponente. Trocar um Day of Judgment por apenas uma criatura é algo que sempre deixara você feliz. Contra os baralhos aggro, acho que o cenário acaba ficando melhor ainda. Você está jogando com um arquétipo que tem inúmeras remoções. Tudo o que essas criaturas precisam são de um caminho livre para a felicidade. Após alguns turnos, elas terão tamanho suficiente para trilhar o próprio caminho.

A maior perda para o monored fica por conta das mágicas. Perder Lightning Bolt, Burst Lightning, Searing Blaze e Staggershock ao mesmo tempo é igual perder seu cachorro de treze anos. Você vai ganhar outro, mas não é a mesma coisa. Você precisa de tempo para se acostumar. Esse é o cenário aqui. Imagine um jogo onde seu oponente tem quatro de vida, você tem cinco terrenos na mesa e compra um Shock. Ele podia ser um Burst Lightning, mas é um Shock! Ele não tem kicker, ele não tem o mesmo charme, mas eventualmente você vai se acostumar. A mesma coisa vai acontecer com o Incinerate. De tempo ao tempo e você verá.

Depois dessas informações, você deve estar querendo ver o baralho? Quer saber quais são as minhas sessenta escolhidas? Quer usa-las? Quer dar risada? Não importa a sua razão, aqui vão elas:

Monored by me

4 – Grim Lavamancer

4 – Stromkirk Noble

4 – Bloodcrazed Neonate

4 – Shrine of Burning Rage

4 – Shock

4 – Incinerate

2 – Spikeshot Elder

3 – Hero of Oxid Ridge

4 – Chandra's Phoenix

2- Brimstone Volley

2 – Goblin Wardriver

23 – Mountain

Eu gosto dessa lista, me parece forte contra controles e aggro em geral. O maior problema ainda continua sendo o Timely Reinforcements, mas não existe nada que possa ser feito no momento. Eu gosto das dez criaturas de custo um porque eu quero sempre algo no primeiro turno. Eu fiquei em duvida sobre colocar a carta Reckless Waif/Merciless Predator. Eu acho que transforma-la vai ser mais difícil do que parece. A maioria dos aggros vai jogar alguma coisa no primeiro turno e os controles tem uma grande possibilidade também. O UB joga com Despise e Ponder. O UW tem o Ponder. Ela estava disputando um espaço com o Grim Lavamancer. Sem as Fetch Lands, o Grim fica muito lerdo e não poderá ser ativado antes do terceiro turno. Mesmo assim, considerando que eu esteja certo quanto a transformar o Reckless Waif, é melhor ter uma criatura 1/1 que faz alguma coisa do que uma 1/1 que pode passar o jogo inteiro sem fazer nada.

Saindo um pouco do mundo Magic, eu comecei a ler o livro “A Fúria dos Reis”. Eu não conhecia a história e passei a ama-la depois que assisti o seriado Game of Thrones na HBO. Nunca imaginei que algum seriado iria me fazer sentir tão feliz quanto Sex and the City me fez. Felizmente a HBO provou que eu estava errado. A Carrie finalmente perdeu seu lugar no meu coração (Se você sabe do que eu estou falando e não tem uma namorada, cuidado). Brincadeiras a parte, impressionante como essa emissora tem uma facilidade em fazer seriados de alto nível. Game of Thrones é tão bom ou melhor que Band of Brothers. Para quem ainda não teve o prazer de acompanhar os dois seriados, não perca essa oportunidade. Ambos têm uma qualidade muito boa, produção impecável e enredo interessante.

Para finalizar esse post eu queria deixar uma dica de estadia para quem pretende jogar o Grand Prix Santiago. Esse hostel é dica do meu amigo Jonathan Melamed e parece ser um ótimo lugar para ficar, além de ser perto do evento. O nome é Casa Altura e para acessar o site basta clicar nesse link Para mais informações, acessem meu twitter: @jabsmtg. Espero que vocês tenham gostado desse post e até a próxima.

segunda-feira, 26 de setembro de 2011


Fim de semana em Innistrad

Esse último fim de semana marcou a chegada definitiva do mundo de Innistrad ao Magic. Eu resolvi prestigiar esses eventos de boas vindas porque queria entender um pouco como vai funcionar o selado de Innistrad. Foram dois dias de jogo em dois lugares diferentes. No sábado, eu joguei na loja Uponline. Foram 27 jogadores, um clima muito bom, pessoal animado, educado e, como é tradição nessa loja, tivemos um churrasco oferecido pelo dono. No Domingo, eu resolvi ir na Devir. Foram 127 jogadores disputando sete rodadas. Sem a pressão dos grandes torneios, encontrei o mesmo clima de cordialidade e amizade do dia anterior. O público do Pre Release é composto por jogadores casuais que estão ali apenas para ter acesso às novas cartas e lutar por alguns boosters. Diferentes do jogador que visa chegar a um torneio grande, os jogadores de Pre Release raramente se incomodam com o resultado. Várias vezes, eu presenciei pessoas deixando o jogo de lado por algum tempo apenas para conversar sobre uma nova carta. O tempo estava passando, o jogo estava indefinido, mas os dois jogadores estavam lá, conversando sobre as novidades da coleção. Foi estranho perceber que eu não estava mais acostumado a esse tipo de evento. Não quero deixar a impressão de que não existe diversão nos Pro Tours e afins. Isso somente não acontece durante os jogos.

Falando um pouco do selado de Innistrad, o formato se mostrou muito rápido e agressivo. A primeira impressão que eu tive foi que o formato se parece muito com o bloco de Zendikar. Existem muitas criaturas de custo baixo que possibilitam deixar o baralho com uma boa curva de mana. A curva do meu primeiro baralho era composta por duas criaturas custo um, cinco criaturas custo dois, quatro criaturas custo três, três custo quatro e três custo cinco. O baralho que eu joguei na Devir tinha uma curva ainda melhor com apenas uma criatura custo um, seis criaturas custo dois, cinco criaturas custo três, duas criaturas custo quatro e três custo cinco. Nos dois casos, eu teria acesso a criaturas de custo seis, porém eu não achei que elas teriam muito impacto na mesa de jogo e ainda atrapalhariam o desempenho e sinergia dos baralhos. Eu só usaria uma criatura custo seis se ela fosse muito acima da média ou se eu realmente precisasse coloca-la para completar o baralho. O selado de Scars of Mirrodin foi embora e levou com ele toda sua lerdeza.

Outro ponto interessante é a questão da “troca” de criaturas. O Juliano (Team Brazil) levantou essa questão importante durante uma conversa no Skype. Na opinião dele, a habilidade de Morbid faz você ter que relevar os bloqueios na maioria das vezes. Eu concordo com ele porque existem muitas cartas que se beneficiam disso. Exceto o branco, todas as outras cores acabam se beneficiando de um jeito ou outro. Ativar o morbid de algumas criaturas pode ser algo indigesto. Javali da Pele Supurante e Banshee de Morkrut são exemplos de como um bloqueio inocente pode mudar toda a história do jogo. Em relação ao azul, muitas criaturas precisam remover outras do cemitério para entrar em jogo. O Bloodthrist de M12 nos obrigava a bloquear. Agora somos forçados a repensar no assunto. A Wizards poderia se decidr.

A quantidade de bombas me assusta, mas isso se tornou algo recorrente nas últimas edições de Magic. Existem cartas que tornam o jogo impossível de perder para quem as comanda. Não importa o que o jogador faça, se ele acerta ou erra, a carta acaba consertando tudo. Eu sei que a Wizards precisa entupir as coleções de cartas poderosas para vender, mas... mas...

Voltando ao assunto do Pre Release e suas peculiaridades, foi muito engraçado testemunhar algumas coisas que aconteceram. Como eu disse os jogadores desse tipo de torneio não estão habituados ao Magic Competitivo e nem tampouco as regras do jogo. Esses jogadores sabem comprar, descer terrenos e outras regras básicas, mas por jogar muito entre amigos e só por diversão, eles acabam desconhecendo ou criando regras próprias do seu local de jogo. Quando eu comecei a jogar, eu acreditava que quando alguém me atacava com o Cavaleiro Negro, o meu Cavaleiro Branco poderia bloquear porque uma proteção anulava a outra. Imagina o tamanho da minha decepção quando eu joguei o meu primeiro campeonato e descobri isso? Isso não aconteceu ontem (falta de criatividade dos jogadores), mas eu vi pessoas decidindo quem começava o jogo olhando a carta do fundo do baralho. A carta com maior custo ganhava o direito de começar. Eu vi algumas lendas de mesmo nome se olhando nas mesas e teve a história do “em resposta a sua fase de desvirar”. O jogador tinha dois de vida e seu oponente tinha uma criatura virada equipada com o Blazing Torch. O que parecia um jogo definido ganhou um toque de criatividade. O jogador passou e disse: “Em resposta a sua fase de desvirar, viro sua criatura.” Ele jogou uma Sensação do Medo e o oponente aceitou, provavelmente ficando chateado com a situação. Ainda bem que o Juiz estava perto e conseguiu consertar toda a situação. É engraçado ver essas situações porque eu acredito que todos já passaram por isso.

Como Innistrad ainda não começou a ser comercializado no Magic Online, acho que vou gastar um pouco do meu tempo no Starcraft 2. Estava na liga Diamante, sete vitórias seguidas depois de perder muito e mesmo assim fui rebaixado para a liga platina. Se alguém tiver uma dica de como jogar Zerg x Zerg eu agradeço. Eu jogo de aleatório e consegui me sair bem na maioria dos confrontos, mas no mirror de Zerg a coisa fica estranha. Acho que tenho que expandir mais rápido. Agora sou eu que preciso da sua ajuda. Se alguém tiver a boa do mirror, por favor, me ajude.

sexta-feira, 23 de setembro de 2011

NACIONAL 2011

Nacional 2011

Bem-vindo de volta ao meu blog. Eu já estava com a ideia de retomar as atividades fazia algum tempo e acho que consegui esperar o melhor momento para colocar isso em prática. Eu sempre estive animado com o jogo, mas as recentes mudanças me levaram a acreditar que o jogo está em crescimento e a demanda por informação também cresce na mesma proporção. Minha proposta será dividir e discutir tudo o que acontece no mundo do nosso querido Magic e minhas experiências em outros jogos. Como todo bom “gamer”, minha paixão não fica restrita apenas ao Magic: The Gathering. Eu consigo passar horas jogando Starcraft 2 e algumas pessoas já começaram uma influencia maligna para que eu entre no mundo do DOTA 2. Eu gostaria de adiantar que esse blog será temporário e eu já estou em contato com pessoas especializadas que irão me ajudar a colocar algo mais agradável no ar.

Depois dessa rápida apresentação dos meus planos para o Blog, eu queria dizer que nessa última semana, eu tive o nacional mais engraçado da minha vida. O desempenho foi normal, mas o pessoal que estava presente no torneio tornou esse fim de semana algo inesquecível na minha vida. O humor estava afiado, muita sinergia, o pessoal estava jogando bem, conseguindo ganhar, o que deixou o ambiente mais leve e tranquilo. Além de toda essa festa, eu acho que consegui jogar bem e apesar de não ter feito Top8, eu consegui sair satisfeito do torneio.

Após o GP Pittsburgh, eu sabia que precisava fazer alguns ajustes no meu jogo. Eu joguei com o RUG Twin e não gostei do desempenho. A mana base é meio fraca, várias vezes eu tive problema em conseguir duas manas vermelhas. A Copperline Gorger e o Raging Ravine atrapalham muito porque entram em jogo virado e podem ser alvo do Tectonic Edge. Em virtude desses problemas, cortei o baralho da minha lista. Outro que também saiu logo após o Grand Prix foi o Cawblade. Apesar de ganhar o torneio, eu não conseguia gostar dessa pilha de sessenta cartas. O baralho parece lerdo, sem recursos contra a maioria do ambiente e muito dependente do Sun Titan e da Consecrated Sphinx. Valakut e Twin se tornaram verdadeiros pesadelos.

Esses cortes me levaram a considerar apenas dois baralhos: RUG Pod e UR Twin. Eu acho o UR Twin muito bom porque ele força o seu oponente a jogar defensivamente. Você tem o controle do jogo, seu oponente sempre tem que jogar com terrenos desvirados e tudo que você precisa é de apenas um turno. A possibilidade de fazer seu oponente tomar algumas decisões erradas por falta de informação me agrada muito. Ele sempre terá que decidir se vai jogar em volta do combo ou não. O RUG Pod foi amor à primeira vista. Se existe um tipo de baralho que eu amo é o RUG Pod. Com o Birthing Pod na mesa, você pode achar resposta para quase tudo que esteja acontecendo.

Eu comecei jogando de RUG Pod, mas os resultados contra monored não estavam me agradando. Você precisa de tempo para conseguir fazer o baralho jogar. As partidas que eu conseguia ganhar eram porque o oponente comprava muitos terrenos ou eu conseguia fazer múltiplas cópias do Obstinate Baloth. Isso estava me incomodando um pouco tendo em vista que monored seria um dos baralhos mais populares do nacional. Em contrapartida, o Splinter Twin parecia não ter problemas contra o ambiente do Magic Online. Seu desempenho contra Valakut e Monored era muito animador. A única parte chata era jogar os mirrors e lidar com a infinidade de Spellskite que ficavam na mesa. Apesar do relativo sucesso com os dois baralhos, eu não estava satisfeito e queria achar algo diferente, algo que pudesse me dar uma verdadeira vantagem sobre o ambiente.

Olhando os torneios no Magic Online, eu achei o pyromancer ascension. A lista parecia boa e tinha um atrativo a mais: o combo twin estava no sideboard. Como os dois baralhos tem a mesma base, a mudança de um para o outro no meio do jogo torna-se possível. Eu deixei o RUG Pod e o Twin de lado um pouco e comecei a jogar com o Pyro. O desempenho do baralho foi muito bom e em pouco tempo eu tinha certeza que essa seria minha escolha. Eu não fiz nenhuma grande mudança no baralho, pois acredito que ele não comporta nada de diferente. Você precisa de quatro copias de cada para conseguir ativar o Pyromancer Ascension o mais rápido possível. A única dúvida era entre See Beyond e Visions of Beyond. Eu escolhi o Visions porque ela é instantânea e custa uma mana a menos. Essas duas características são muito importantes contra o monored e o UR twin. O jogo contra o monored é intenso, você sempre está destruindo uma criatura e tentando encontrar ou ativar o Pyromancer ao mesmo tempo. Uma mágica de duas manas acaba atrapalhando todo esse processo. Contra o Twin, a cautela é algo essencial e suas manas precisam estar livres na maioria do jogo.

Durante todos os torneios que eu joguei, só tive problemas com Monored e um pouco contra Valakut. Ambos os baralhos pediam a troca de Pyromancer para Twin. O problema é que eu insistia em não utilizar essa tática e acabava tendo problemas. Isso me deu a impressão que os jogos eram difíceis, mas após esse pequeno ajuste, esse ultimo problema já estava no passado.

Pyromancer 2011

- 4 Gitaxian Probe

- 4 Preordain

- 4 Ponder

- 4 Burst Lightning

- 4 Lightning Bolt

- 4 Pyromancer Ascension

- 4 Mana Leak

- 4 Visions of Beyond

- 3 Call to Mind

- 4 Into the Roil

- 2 Halimar Depths

- 4 Scalding Tarn

- 6 Mountain

- 9 Island

Sideboard –

3 – Flashfreeze

2 – Negate

2 – Dispel

4 – Deceiver Exarch

3 – Splinter Twin

1 – Pyroclasm

Na sexta, véspera do nacional, acabei encontrando muitas pessoas que normalmente só converso pela internet. São grandes amigos de outros estados, pessoas da melhor qualidade, que infelizmente só conseguem se reunir uma ou duas vezes por ano. A capacidade intelectual dessas pessoas é igual à capacidade de fazer coisas ridiculamente engraçadas. Não importa se estamos no exterior ou se estamos em território nacional, três dias são mais do que suficientes para encher um livro de pérolas. Grande parte dessas situações tem como combustível as cervejas servidas no barzinho do baixinho que fica na esquina da Devir. Além das piadas, você irá encontrar um pessoal jogando cube draft ou Commander durante o fim de semana inteiro. São nesses momentos que nascem os maiores “causos” do nacional. Pessoas caindo da cadeira, farinha voando, jogadas engraçadas e histórias sobre um hotel invadido por policiais que duvidavam da sua masculinidade. O dia tinha que acabar bem e saímos para comer em uma belíssima churrascaria com um som ambiente muito agradável (uma festa árabe acontecia no salão ao lado).

Round 1 – Monored

Eu ganhei no dado e resolvi começar. Minha mão tinha um Gitaxian Probe e eu pensei se deveria pagar a vida ou usar a mana. Quais seriam as chances do meu oponente estar jogando de montanhas? Além disso, eu tinha um preordain e queria usa-lo no primeiro turno. Para minha infelicidade, lá estavam às montanhas me esperando. A mão do meu oponente não estava muito boa (se você não tem goblin guide na sua mão, ela não esta boa) o que me deu certo alivio. Como eu disse antes, nesse jogo é vital que eu ache o pyromancer muito rápido para poder ativa-lo. Felizmente tudo aconteceu como devia e eu não tive grandes problemas para ganhar a partida. Para o segundo jogo, eu tirei 4 Pyromancer Ascension, 3 Call to Mind e 2 Into the roil e coloquei 4 deceiver Exarch, 3 Splinter Twin e 2 flashfreeze. Meu oponente começou sem o Goblin Guide de novo, o que me deu muito tempo para montar meu jogo. No turno decisivo, eu consegui fazer um Gitaxian Probe e descobri que ele estava segurando 2 Shrine of Burning Rage e 2 Lightning bolt. Eu já tinha o combo na mão, mais 1 mana leak e 1 Lightning bolt. Ele tinha seis terrenos e tudo que eu precisava era que ele jogasse uma de suas shrines para que eu pudesse combar. Ele comprou e fez um Ember Hauler (Melhor ainda) e eu já sabia que o jogo era meu. Bolt no Ember Hauler, deceiver, Mana Leak no segundo Lightning bolt e Splinter Twin para o game.

1-0

Round 2 – UB control

Meu oponente era o Pedro Motta e, digamos, ele não leva o Magic muito a sério. Ele me concedeu e eu só posso agradecer pela gentileza.

2-0

Round 3 – Valakut

Durante os treinos eu percebi que o match é bem equilibrado. Infelizmente a versão do meu oponente usava Nature’s Claim no main deck e isso quebrou minhas pernas durante o primeiro jogo. Eu cheguei a ativar um Pyromancer, mas o Nature’s Claim fez toda a diferença. Outro problema foi que eu não encontrei nenhum Mana Leak, o que facilitou a vida do meu oponente. Contra o valakut, eu tirei os 4 pyromancer ascension, 4 into the roil, 4 Lightning Bolt, 2 call to mind e coloquei 4 Deceiver Exarch, 3 Splinter Twin, 2 negate, 2 dispel e 3 Flashfreeze. Eu comecei com um probe e acabei achando meu pior pesadelo: Combust. A partir daquele momento, eu só ganharia o jogo se ele errasse. Infelizmente ele jogou com muita cautela, conseguiu encontrar os terrenos que precisava e foi só uma questão de tempo para conseguir finalizar o jogo.

2-1

O draft foi engraçado. Durante os treinos, eu constatei que o BR Bloodthrist era o melhor arquétipo, mas isso não era novidade. Todo mundo quer montar esse tipo de baralho no draft. Quem não quer jogar um 5/5 no quarto turno? Além disso, o BR tem acesso à maioria das remoções, quase todas as cartas comuns são usáveis e a agressividade se é crucial no draft de m12. Apesar de ter jogado muitos drafts, eu não consegui achar outras combinações que me agradassem e estava decidido a entrar na briga pelas cartas vermelhas e pretas. Quase perto do nacional, o Sergio Longo me explicou a estratégia Mestre Steven Seagal. Era uma estratégia simples, porém muito eficaz. Tudo o que você tinha que fazer era pegar criaturas hexproof e combina-las com o Trollhide e se possível Spirit Mantle. As combinações de cores podiam ser GW, UG e UW splash G. Eu usei essa tática em alguns drafts no Magic Online e o sucesso foi imediato. Finalmente eu tinha achado uma alternativa vencedora e assim como o Anderson Silva, eu precisei de um mestre para aprender a tática secreta. Obrigado Mestre Steven Seagal!

Eu não consigo lembrar exatamente do meu baralho, então peço desculpas. Ele era UW splash G para Trollhide. Eu lembro que tinha 2 Aven Fleetwing, Spirit Mantle, Pentavus, Pacifism, 2 Auramancers, 3 Aether Adept (Melhor comum do formato) e 1 Mind Control. A questão é que essa estratégia requer alguns picks discutíveis (Toda vez que você força uma estratégia, isso gera discussão). Em certas ocasiões, você terá que passar uma carta aparentemente mais forte para poder adicionar um pouco de sinergia ao baralho.

Felizmente eu não tive problemas de flood ou screw durante os três primeiros jogos do draft e consegui fechar a mesa. Isso me deixou muito feliz, pois fazia um tempo que eu não tinha sucesso no limited. Apesar da maioria dos meus resultados terem acontecido nessa modalidade do Magic, eu tinha fracassado nos últimos torneios. O segundo draft não saiu do jeito que eu esperava. Apesar de conseguir “draftar” um BW sólido, eu não estava muito confiante no resultado final. Minha única remoção era um Oblivion Ringe e eu não tinha muitos métodos para abrir caminho para minhas criaturas pequenas. Acabei ganhando o primeiro jogo em virtude de o meu oponente ter um baralho fraco e ter cometido alguns pequenos erros que custaram a partida. Os outros dois jogos foram contra baralhos melhores e apesar de ter tido um pouco de sorte durante as partidas, eu não consegui ganhar. Após essas duas derrotas, eu estava 6-3, teria que fazer 3-0 na última parte do nacional e rezar para que meus tiebreakers disparassem.

Round 10 – Splinter Twin

Meu oponente era o Guilherme Fonseca de Brasília. Dificilmente você irá reconhecê-lo pelo nome, mas a alcunha Crocodilo é muito mais famosa. Ele me concedeu porque seus tiebreakers eram piores. Thanks Croco

Round 11 - UB

Esse jogo foi para o feature match e eu estava diante do Leonardo “Boloiro” Labruna(http://www.wizards.com/Magic/Magazine/Article.aspx?x=mtg/daily/eventcoverage/branat11/day2#7). O match up entre Pyromancer e UB é longo, mas normalmente tem seu destino selado nos primeiros turnos. Caso ele consiga tirar meu Pyromancer Ascension no começo do jogo, eu sou obrigado a correr atrás da segunda cópia. O problema do Pyromancer é que quanto mais carta você usa para procurar, menos gás você tem depois que ele cai na mesa. Como o jogo já está na coverage da sideboard, eu imagino que não preciso discutir muito sobre isso. Ao invés disso, eu vou falar da minha opção de deixar o pyromancer junto com o combo de Twin na segunda partida. Como eu tinha visto um Surgical Extraction no main deck, eu imaginei que ele jogaria com outra cópia no sideboard. Eu sou contra juntar os dois, mas achei que dessa vez seria uma boa ideia. Eu não queria ver meu jogo acabar no primeiro turno com uma Inquisition no meu Pyromancer seguido de um Surgical Extraction. No final do jogo, eu acabei me arrependendo do que fiz. Durante todo o treino, nas poucas vezes que eu combinei os dois, acabei tendo resultados negativos. Infelizmente acabei tomando uma decisão infeliz e paguei caro por isso. Revendo o meu nacional, esse foi meu único erro. Acabei perdendo de 2-1 e as esperanças de top8 ficaram para o próximo ano.

7-4

Round 12 – UB

Impressionante como esse jogo correu de forma totalmente diferente do anterior. No primeiro jogo, eu sai de Gitaxian Probe e descobri que meu oponente tinha um Doom Blade e um Go for the Throat na mão. Com essa grande vantagem, eu consegui colocar o Pyromancer no jogo e ativa-lo rapidamente. Ele só tinha um Mana Leak de relevante e após algumas compras, ele concedeu. O segundo jogo foi parecido. Ele não tinha nenhum Into the Roil ou Ratchet Bomb, o que impossibilitou alguma reação ao pyromancer ascension. Eu tinha aprendido com meu erro e não coloquei o Twin para dentro. A única mudança que eu fiz foi tirar 3 burst lightining e 1 Lightning Bolt e colocar 2 Dispel e 2 Negate. Eu não acho que seja um match up difícil e imagino que minha decisão de colocar o Twin no jogo anterior tenha atrapalhado um pouco o resultado final.

8-4

Eu acabei ficando em péssimo (décimo) oitavo lugar. Apesar de não ter alcançado o resultado que eu queria, fiquei feliz com todo o processo do nacional. A junção de um fim de semana divertido, os treinos e alguns amigos no top8 me deixaram muito feliz. A viagem para o Mundial promete muito. Vários jogadores conseguiram a vaga pelo ranking e eu imagino que teremos um campeonato cheio de brasileiros. Com o final do Nacional, eu também vou poder tirar uma folga ao Magic Online e me concentrar um pouco na minha missão de subir de liga no Starcraft 2. Obrigado a todos vocês. Queria agradecer a Let’s Collect que cedeu gentilmente o meu baralho. Esse é o primeiro artigo dessa nova temporada do meu blog. A minha animação com o jogo está muito alta. O Grand Prix Santiago é no próximo mês, assim como o primeiro PTQ para Honolulu. Imagino que esse seja o Pro Tour mais disputado da temporada. Quem não gostaria de ganhar uma viagem para o Havai? Além dessa vaga, eu vou jogar alguns Friday Night para alavancar meu Planeswalker Points. Vocês também podem me seguir no Twitter. É só adicionar o @jabsmtg e ficar por dentro de tudo que acontece nos Grand Prixs e Pro Tours que eu jogo nos Estados Unidos. Um abraço para todos e até o próximo post.